Quinta, 31 de Julho de 2025

Consórcio Guaicurus é exposto em CPI e só agora promete contratar seguro obrigatório

Empresa admitiu que fazia motoristas pagarem por acidentes; contratação de seguro é vitória da CPI, afirma Dr. Lívio

30/07/2025 às 11h18
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Após anos de descaso e inúmeras denúncias, o Consórcio Guaicurus – responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande – finalmente promete contratar o seguro obrigatório para seus ônibus. A exigência já constava no contrato firmado com o Poder Executivo, mas vinha sendo ignorada pela empresa, o que deixou motoristas desprotegidos e passageiros em risco.

A mudança de postura ocorre após pressão da CPI (Comissão Processante de Inquérito), instaurada em março deste ano para apurar irregularidades no transporte coletivo. Durante as oitivas, o presidente da CPI, vereador Dr. Lívio (União Brasil), classificou a possível contratação do seguro como “uma vitória da CPI” diante das revelações alarmantes feitas pela própria cúpula do Consórcio.

Entre os episódios mais revoltantes, está o depoimento do ex-presidente e atual diretor do Consórcio, João Resende, que confirmou que motoristas chegaram a ser cobrados por acidentes envolvendo os ônibus — com desconto direto na folha de pagamento. “Já aconteceu de fazerem o motorista pagar o prejuízo com desconto na folha?”, questionou o vereador Maicon Nogueira (PP). A resposta foi curta e direta: “Sim”, cravou Resende.

Além disso, o diretor admitiu que a frota não será renovada e reconheceu que o Consórcio não possui seguro para acidentes com terceiros. “É normal”, minimizou ele, alegando que os acidentes “não são tantos assim” e que, mesmo sem seguro, as empresas arcam com indenizações “se houver necessidade”.

Apesar de afirmar que o seguro está previsto no contrato, Resende alegou que ele “só cobre se o Consórcio for culpado” e que “85% das ocorrências estão abaixo do valor da franquia”. Ainda assim, reforçou que o tema está sendo discutido internamente, após forte cobrança da CPI.

O caso expõe um histórico de omissão e descumprimento contratual por parte do Consórcio Guaicurus, que por anos deixou motoristas e a população vulneráveis. Agora, pressionada pela investigação da Câmara, a empresa tenta correr atrás do prejuízo. Para a população de Campo Grande, resta a indignação diante de um sistema que, até então, penalizava justamente os trabalhadores da linha de frente.

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*Com informações Midiamax

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