O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, protocolado por 41 senadores, enfrenta forte resistência e dificilmente prosperará no plenário do Senado. Para que o processo avance, são necessários ao menos 54 votos favoráveis — o equivalente a dois terços dos 81 parlamentares da Casa.
A base aliada do governo Lula e o comando do Senado trabalham para preservar a estabilidade institucional e argumentam falta de base jurídica e risco à harmonia entre os Poderes. Mesmo entre os signatários, há parlamentares que assinaram por apoio à deliberação, mas ainda podem votar contra o impeachment.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), figura-chave na decisão, tem sinalizado que pautará o tema somente se houver pressão política significativa e avaliou o pedido com base em critérios jurídico-políticos, incluindo justa causa e provas. Em entrevistas, reafirmou que o processo será analisado com “seriedade e responsabilidade”, mas o histórico indica que a denúncia poderá ser engavetada.
Analistas políticos destacam que o governo Lula, mesmo sem maioria folgada, conta com o apoio de partidos do Centrão, PSD, MDB e União Brasil para barrar iniciativas oposicionistas, reforçando a blindagem ao ministro. O cientista político Elias Tavares classifica o movimento como “simbólico e retórico”, com objetivo de mobilizar a base bolsonarista, mas sem ambiente político para avanço.
Senadores da base governista, como Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Jaques Wagner (PT-BA), criticam a tentativa como chantagem política e reafirmam compromisso com a independência do Judiciário. Entre a oposição, há ceticismo quanto à viabilidade do impeachment, com figuras como Ciro Nogueira (PP-PI) reconhecendo a impossibilidade de alcançar os votos necessários.
Enquanto isso, parlamentares favoráveis ao impeachment, como Esperidião Amin (PP-SC), celebram o número de assinaturas, mas admitem que ainda precisam ampliar apoio para pressionar Alcolumbre a pautar a discussão. O senador Laércio Oliveira (PP-SE), que recentemente manifestou apoio ao pedido, é um dos nomes que refletem a linha crítica ao STF dentro da base governista.
O cenário atual indica que o processo de impeachment de Alexandre de Moraes dificilmente sairá da fase inicial, mantendo a estabilidade do STF e a harmonia entre os Poderes em meio ao intenso debate político nacional.
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*Com informações Gazeta do Povo