O ano de 2025 se consolida como um dos mais violentos na história recente de Campo Grande. Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que, até 31 de agosto, a capital contabilizou 99 homicídios, em 87 ocorrências distintas, com janeiro sendo o mês mais letal, registrando 20 mortes.
A maioria das vítimas é do sexo masculino: 60 adultos, 19 jovens, oito idosos, três crianças, um adolescente e uma pessoa sem idade registrada. Entre os fatores que motivam os crimes, a disputa por pontos de venda de drogas se destaca. Autoridades apontam que o crescimento da violência está ligado a conflitos entre traficantes que buscam controlar territórios e se vingar de rivais.
Casos recentes ilustram o fenômeno. Em agosto, o cantor Yuri Ramirez, de 47 anos, foi executado enquanto morava com uma idosa. Ele já havia atuado no tráfico na região de Goiânia antes de migrar para a música. Outros homicídios, como o de Júlio César Martins Ferreira, de 40 anos, em março, e Kennyd Anderson José Antunes de Oliveira, de 21 anos, em janeiro, também estão ligados a disputas no tráfico.
O delegado Rodolfo Daltro, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), explica que a violência reflete a competição pelo controle de áreas de venda de drogas. “Em muitos casos conseguimos identificar os mandantes e executores, o que permitiu interromper a atuação desses grupos”, afirmou.
Setembro já apresenta episódios que preocupam autoridades. No último fim de semana, dois irmãos de 15 e 17 anos foram baleados na Vila Nhanhá, sendo que o mais novo não resistiu aos ferimentos. Na madrugada seguinte, Ismael Eliel Rodrigues de Souza, de 22 anos, foi assassinado a facadas no Centro, em um crime possivelmente ligado a dívidas de tráfico.
Especialistas e policiais reforçam que o aumento da violência em Campo Grande acompanha a elevação das apreensões de drogas, refletindo o papel estratégico da cidade como entreposto para quadrilhas que operam na região.
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*Com informações Correio do Estado