
Membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) monitoraram os endereços em Brasília dos presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), de acordo com a Polícia Federal. Relatórios de inteligência da corporação e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apontaram que a facção criminosa planejava uma “missão” contra os parlamentares.
Investigadores descobriram o levantamento dos endereços durante a apuração do plano para sequestrar o senador Sergio Moro (União/PR). O PCC também enviou um grupo de integrantes para iniciar a missão, conforme o Ministério Público.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, o PCC enviou integrantes da facção que formam a “célula Restrita”, uma espécie de grupo de elite da organização criminosa destacado para operações de alto risco, para Brasília para cumprir a “missão” na capital federal.
Ao apreender o celular de um dos alvos da investigação, a PF encontrou fotos aéreas das residências oficiais de Lira e Pacheco e comentários sobre os imóveis.
Em março, a PF deflagrou a Operação Sequaz para desarticular o plano contra Moro e prendeu nove suspeitos. Na época, a corporação afirmou que o grupo pretendia cometer crimes como homicídios e extorsão contra autoridades mediante sequestro no Distrito Federal e nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
O Ministério Público de São Paulo considerou que as informações coletadas “demonstram que houve determinação da cúpula para que esse setor do PCC, a célula Restrita, realizasse esses levantamentos das referidas autoridades da República”. A ordem para que os membros do PCC agissem teria sido dada, em maio, por um dos integrantes do grupo que foi preso por articular o plano contra o ex-juiz da Lava Jato.
O relatório do Ministério Público de São Paulo apresentou anotações sobre as despesas feitas por membros do grupo, como gastos com aluguel de imóvel em Brasília. Segundo o documento, em dois meses, os integrantes do PCC gastaram cerca de R$ 44 mil para a compra de aparelhos celulares, aluguel de imóvel, transporte, seguro, IPTU, alimentação, hospedagem, mobília do imóvel, compra de eletroeletrônicos, entre outros.
“É possível verificar ainda que o dinheiro gasto com a missão estava sendo fornecido pela FM Baixada, célula que gerencia os pontos de venda de droga da organização no litoral paulista e Vale do Paraíba”, diz o relatório do Ministério Público.
Em setembro, a Justiça Federal do Paraná aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público contra os nove acusados de planejar o sequestro de Moro, que foram alvos da operação em março. De acordo com a PF, o grupo chegou a investir quase R$ 3 milhões para efetuar o plano contra o senador.
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*Com informações site Terra