Sexta, 07 de Novembro de 2025

Voa Brasil decola, mas só para alguns: a saga das passagens de R$ 200

Governo lança programa com versão "desidratada" que exclui estudantes e frustra expectativas populares

18/07/2024 às 11h36
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O tão esperado lançamento do Voa Brasil finalmente tem data marcada, mas chega com um sabor amargo para aqueles que esperavam voar barato. Marcado para quarta-feira (24), o evento que marca o início do programa de passagens aéreas por até R$ 200 começa com um pé no chão: apenas aposentados do INSS terão acesso nessa primeira fase, deixando de lado estudantes do Prouni e outras categorias inicialmente prometidas.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, acompanhado pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, lideram o evento, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem participação programada. A expectativa é que até cinco milhões de passagens sejam disponibilizadas a preços subsidiados, mas apenas para aqueles que não voaram nos últimos 12 meses.

As passagens oferecidas são as "ociosas", poltronas que não encontraram compradores devido à falta de demanda. Detalhes como a antecedência para solicitação dos bilhetes e a garantia de retorno não foram esclarecidos, deixando dúvidas sobre a eficácia do programa na prática.

Histórico de adiamentos

O Voa Brasil, anunciado inicialmente em março de 2023 pelo ex-ministro Márcio França, tornou-se um verdadeiro quebra-cabeça logístico para o governo. Prometido como uma medida para popularizar as viagens aéreas no país, o programa enfrentou obstáculos na negociação com as companhias aéreas e adiou seu lançamento repetidas vezes, sem explicações convincentes.

"O formato fácil acabou sendo mais difícil do que imaginávamos", admitiu Costa Filho em entrevista à TV Cultura. A confusão e a falta de diálogo entre governo e empresas contribuíram para o fracasso inicial da iniciativa, que já nasce com a marca de uma promessa não cumprida.

Desafios técnicos e frustrações populares

A exclusão dos estudantes do Prouni nesta primeira etapa é atribuída a dificuldades técnicas em verificar quem se qualifica pelo critério dos 12 meses sem voar. Enquanto para os aposentados do INSS há um sistema de monitoramento de viagens, para os estudantes essa filtragem se mostrou mais complexa.

Em uma tentativa de compensação, o governo sugere que a segunda fase do programa poderá ser mais abrangente, incluindo não apenas estudantes do Prouni, mas também beneficiários do Fies, contando com a colaboração do Serpro para ajustar as bases de dados necessárias.

Enquanto o governo busca solucionar esses desafios técnicos, a população lamenta a falta de transparência e eficácia na implementação do Voa Brasil, que, ao invés de decolar para todos, parece ter perdido altitude antes mesmo de sair do chão. A promessa de democratizar o acesso aos voos baratos continua no papel, enquanto os brasileiros aguardam por resultados concretos e acessíveis nas viagens aéreas do país.

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*Com informações R7

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