O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não atender ao pedido de telefonema feito pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, conforme apurações. Esta decisão é vista como uma tentativa do Planalto de evitar repercussões adicionais após o posicionamento polêmico de Lula sobre as eleições venezuelanas.
Em uma recente entrevista, Lula minimizou as controvérsias envolvendo o pleito, afirmando que não havia nada de anormal na eleição que resultou na reeleição de Maduro. Ele também afirmou não ter problemas com a nota do PT que reconheceu a vitória do chavista. Essa postura, no entanto, contrasta com a abordagem mais cautelosa adotada pelo Itamaraty.
O Itamaraty, coordenado pelo assessor especial para política externa Celso Amorim, orientou a embaixadora brasileira na Venezuela a não comparecer ao evento de proclamação dos resultados eleitorais. Esta estratégia reflete uma tentativa de manter uma posição neutra e mediadora na crise política venezuelana, enquanto o governo brasileiro aguarda a publicação oficial dos resultados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), prevista para sexta-feira (2).
A divergência interna sobre a questão é evidente. Enquanto Lula minimiza os problemas associados à eleição, outros membros do governo e da oposição brasileira expressaram preocupações sobre a transparência do processo. Aliados do presidente, como o senador Randolfe Rodrigues (PT/AP), criticaram a falta de lisura na eleição, apontando para a necessidade de maior transparência.
Na quarta-feira (31/7), o Brasil, junto com mais 10 países, se absteve na votação da OEA sobre uma resolução que buscava estabelecer uma posição comum sobre os resultados eleitorais. A ausência de consenso na organização impediu a aprovação da resolução, refletindo a complexidade da situação.
Em resposta às críticas e controvérsias, o Itamaraty e os governos da Colômbia e México publicaram uma nota conjunta solicitando a divulgação completa das atas eleitorais e um processo de verificação imparcial. A nota também pediu cautela para evitar a escalada de violência.
Enquanto as negociações continuam, o Brasil busca equilibrar suas ações e posturas internas com a necessidade de manter relações construtivas com a Venezuela, evitando uma posição que possa ser interpretada como uma aprovação tácita do controverso processo eleitoral.
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*Com informações Poder 360