
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar fortemente os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma entrevista concedida à Rádio Gaúcha nesta sexta-feira (16). Ao afirmar que os defensores de Bolsonaro praticam atos hostis e até criminosos, Lula os rotulou como “estelionatários”. Ele evocou o artigo 171 da Constituição para reforçar sua acusação, sugerindo que essas pessoas têm problemas com a polícia e não agem de forma normal.
A fala de Lula não é apenas contundente, mas também irônica, dado que o próprio presidente lamentou o aumento da polarização política no Brasil, expressando saudade dos tempos em que o PT disputava com o PSDB em um ambiente mais civilizado. Para Lula, o cenário atual, marcado por insultos e ataques, é fruto do que ele chama de “turma do ataque”, uma referência direta aos bolsonaristas.
Entretanto, ao classificar seus adversários de forma tão pejorativa, Lula contribui para a mesma escalada de tensão que ele critica. Suas declarações inflamaram as redes sociais e as discussões políticas em todo o país, gerando ainda mais divisionismo. Críticos apontam que ao rotular opositores de “estelionatários”, o presidente se distancia do diálogo e reforça a animosidade que diz querer evitar.
As implicações dessas declarações são muitas. De um lado, apoiadores de Lula aplaudem a franqueza do presidente em enfrentar o que consideram ser um problema grave no comportamento político. Do outro, os defensores de Bolsonaro reagem acusando Lula de alimentar a já perigosa polarização. A resposta da oposição pode vir com novos ataques, perpetuando o ciclo de violência verbal que envenena o debate público.
O clima político atual, já tenso, tende a piorar com discursos como este. É preocupante ver que, em vez de propor um caminho para a pacificação e o diálogo, as lideranças políticas continuam a incitar a divisão. Ao insistir em apontar o dedo, Lula pode estar fechando portas para um debate mais construtivo e civilizado.
Em tempos de extrema polarização, talvez a lição a ser aprendida seja a de moderar o discurso e buscar mais diálogo. Se há algo a se resgatar dos “bons tempos” que Lula menciona, é a capacidade de se discordar com respeito, sem recorrer a ataques pessoais ou rótulos depreciativos. Afinal, a liderança de um país exige mais do que criticar adversários; exige a construção de pontes para um futuro menos conflituoso.
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*Com informações Terra Brasil