Quarta, 19 de Novembro de 2025

Riedel e a diplomacia econômica de campo: Mato Grosso do Sul na rota da geopolítica comercial

Governador impulsiona parcerias estratégicas na Ásia para fortalecer exportações e atrair investimentos ao estado

12/08/2025 às 12h22 Atualizada em 12/08/2025 às 12h22
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Divulgação
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O anúncio de um tarifaço de 50% por parte dos Estados Unidos — medida que reabre frentes de disputa no comércio internacional e coloca pressão sobre países exportadores — expôs a vulnerabilidade de mercados fortemente ancorados em poucos destinos. Em vez de adotar uma postura defensiva, o governador Eduardo Riedel respondeu com um gesto raro no cenário político nacional: converteu a crise em vetor de reposicionamento estratégico.

Sua decisão de empreender uma missão internacional com escalas na Índia, Japão e Singapura não foi apenas protocolar. Ela se insere no campo da diplomacia econômica ativa, conceito que pressupõe presença física nos centros decisórios, construção de pontes institucionais e diversificação de parceiros comerciais antes que o impacto da restrição tarifária se torne estrutural.

No Japão — economia caracterizada por altos padrões de exigência e forte influência em cadeias globais de valor — Riedel levou ao coração das negociações dados concretos e credenciais competitivas de Mato Grosso do Sul. Na Expo Osaka 2025 e em encontros estratégicos com Keidanren, Sumitomo e Mitsui, defendeu, com base no novo status sanitário livre de febre aftosa sem vacinação, a inclusão imediata da carne bovina sul-mato-grossense no portfólio de importações japonesas. Essa articulação revela uma compreensão apurada de timing político e econômico: agir antes que o vácuo criado por restrições americanas seja preenchido por outros players globais.

Em Singapura, um dos hubs financeiros mais relevantes do planeta, Riedel estabeleceu interlocução direta com autoridades e fundos de investimento, mirando não apenas capital de curto prazo, mas também parcerias estruturantes capazes de sustentar ciclos prolongados de crescimento no Estado. Na Índia, a aproximação com o governo de Maharashtra e conglomerados empresariais cria uma via promissora para intercâmbio tecnológico, diversificação industrial e ampliação do comércio bilateral.

Essa atuação projeta Mato Grosso do Sul para além de seu papel tradicional de potência agroexportadora, posicionando-o como ator relevante na agenda de segurança alimentar, transição energética e sustentabilidade global. Mais do que buscar mercados, Riedel trabalha para redesenhar a inserção internacional do Estado — estratégia que demanda visão de longo prazo, leitura geopolítica e capacidade de negociação em múltiplos tabuleiros.

Num momento em que, a volatilidade comercial e o protecionismo avançam, a reação do governador mostra que liderança é, antes de tudo, antecipação. E que, em um mundo marcado por disputas assimétricas, a ausência nos espaços de decisão equivale a ceder terreno.

Com essa ofensiva diplomática e econômica, Mato Grosso do Sul não apenas mitiga os riscos do tarifaço americano: afirma-se como um Estado que compreende as novas regras do jogo global e atua para moldá-las a seu favor.

A postura proativa de Eduardo Riedel demonstra que, diante dos desafios impostos pelo cenário internacional, a saída não está na passividade, mas na articulação estratégica e na construção de novas alianças. Mato Grosso do Sul mostra-se, assim, preparado para enfrentar as turbulências do comércio global, ampliando suas fronteiras econômicas e políticas. Mais do que reagir a uma crise momentânea, o governador pavimenta o caminho para um desenvolvimento sustentável, inserindo o Estado em um patamar de protagonismo que pode garantir maior estabilidade e prosperidade para sua população no médio e longo prazo.

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